sábado, junho 17, 2006

E estamos nos oitavos



Estamos nos oitavos. Não me apeteceu sair e assisti à quantidade de dislates que passaram pelo "Opinião Pública" da SIC Notícias. Críticas, críticas, críticas e pouco mais. E essas críticas incidiram, quase na totalidade, em Scolari e Cristiano Ronaldo. Ainda que mal pergunte: quantos portugueses sabiam o hino nacional antes da chegada de Scolari? A velha geração, que tinha de saber o hino de cor e salteado pois era obrigatório na escola primária. Quantos portugueses tinham orgulho no principal símbolo da Nação, a nossa Bandeira? Népia. Hoje temos bandeiras nos carros, nas janelas, nas varandas. Scolari tem, no mínimo, o mérito de ter renascido o orgulho de se ser português, de nos ter devolvido a auto-estima à muito perdida, de não termos vergonha de gritarmos bem alto o nome da mãe-pátria. Só por isto, obrigado Scolari. Quanto ao resto, se o seleccionador fosse português também estaria debaixo de fogo, também seria criticado, também seria posto de rastos. Os "velhos do Restelo" devem ter feito pacto com o Diabo e são imortais. E Cristiano Ronaldo? Foi criticado (e punido por Scolari tal como um pai castiga o filho quando este erra) por responder a "tackles" mais violentos, foi acusado de falta de experiência, foi acusado de egoísmo e há até quem defenda que não devia fazer parte dos seleccionados. Hoje vi um Cristiano Ronaldo mais evoluído, com fome de golos, com mais (ainda não o suficiente) sentido colectivo e, essencialmente, calmo quando sofreu (e foram alguns) "tackles" extremamente violentos. Os "críticos profissionais" não se aperceberam disto. E em vez da "palmadinha nas costas" e "bom trabalho" sempre moralizantes e pedagógicos, voltaram a criticar. Por criticar. Porque se não criticam destrutivamente, morrem.

Sem comentários: